Estação derretimento
O verão já acabou, é verdade. Porém, quando eu tive a vontade de escrever sobre suas consequências o sol ainda estava perpendicular aos trópicos.
Acontece que, enquanto tá todo mundo gritando "ahhh, o verão" eu to "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA O VERÃO :O!"
É muito bom pra ficar na praia, pelado e bebendo coisas geladas. Mas na hora de meter uma calça jeans e trabalhar, neguinho fica tostado.
Meio dia, ápice da maldade do buraco da camada de ozônio, as pessoas param. Tudo fica suspenso no ar, a pressão baixa, o corpo se mela de fluidos corporais (sem pensamentos sexuais, por favor), o asfalto se mescla com o horizonte numa intensa evaporação.
Os ônibus, concentrados de exemplares da espécie humana, conseguem ser mais eficientes que qualquer sauna 5 estrelas por ai e qualquer sardinha iria querer voltar para sua confortável lata se os visse.
O sol queimando o suficiente pra doer, cabeças pegando fogo e sem tetos fritando comida no asfalto. Nada disso é tão intenso quanto o nojo que eu tenho quando penso no resultado de todas essas palavras vivas: suor.