quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Vivo

Quem tá atrás da escada?
Ou debaixo dela?
Mora ali a intifada,
Adolescente e bela.

Pau, pedra
sem fim do caminho.
Badoque na mão
Guerra do eu sozinho

Atrás da escada
vive minh'alma
Que canta baixinho
a bandeira da intifada

Na avenida principal
Falsos guerreiros vão à luta,
Transformam tudo em carnaval.

Os ecos do meu silencioso grito
Ficarão marcados em cada ouvido
Ficarão gravados
em cada pele que sofre
em cada garganta que não tosse

Cada coração atrás da escada,
vai ser libertar um dia.
Sair do casulo,
do alto da vara.

Um dia
O Recife todo vai respirar
em um coro perfeito.
Todos vão se amar,
e a platéia? O mundo inteiro

A guerra não será ganha nunca
-nenhuma delas foi-
Mas os corações que sairam detrás da escada
Quando forem perguntados por Neruda,
vão responder:
N: Estás aún?

- Estoy

3 comentários:

Ravi disse...

Amiguë, eu espero que vc fique embriagada assim pro resto da sua vida, pelo bem da produção poética.
Desse jeito vc vai longe. Sério mesmo. Eu nao gostei nao, eu AMEI, esse seu momento, esse seu sopro, essa sua poesia. Tão orgulhoso.
:D

beijos

Carlos L. R. disse...

U-a-u-!

Virei frequentador, ok?
Lindo de se ver, lindo!

Beijão.

Ana Lúcia disse...

Quando digo que gosto da sua poesia, eu gosto mesmo, não é da boca pra fora. Porque sua poesia, diferente da maioria, não atinge apenas o coração, ela faz muito mais que isso, é um grito das entranhas, do estômago, do cérebro, da alma...

depois de ler esta poesia, só posso dizer obrigada.