quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Número 19

Os olhinhos de bola de gude, negros como a noite, que se apertam dando um ar oriental, tão diferente dos meus. É nesses olhos que eu me vejo atualmente.
Apesar de me achar numa fase egoísta, sem ligar pra o que os outros pensam ou sentem, esses olhos me prenderam. Não de primeira, é verdade. Os "troquei" por outros olhos, vazios, sem cor nem vida, dos quais consegui escapar a salvo.
Agora eu, já de volta à minha vida, quero eles, os negros, pequenos, que dizem tanto e agem como uma dupla perfeita com os lábios. Batman e robin do amor, da brabeza, do carinho, da risada. Essa dupla que quer ficar escondida, fora dos holofotes, não dá entrevista nem confessa pecados.
Que chegou de repente, bem rápido, mas ficou. E fica, fica mais, por favor?
Faz um cafuné, aceita minhas flores, brinca com os focinhos e tira fotos.
Prometo que não vou prometer, prometo que não vou enganar, prometo que digo tudo que vier a cabeça.
...
Foram eles... Os olhos, os lábios, os braços. Me tiraram desse egoísmo, da frieza, da pulsação e instinto animal. Eles me fizeram acordar, escrever, querer, rir, gritar. Peço desculpas, por não ter enxergado antes, por não ter ligado, não ter prestado atenção.
Fica. Quero tu. Da entrada à sobremesa.

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